O ano de 2025 representa um período de grandes desafios para o transporte rodoviário de cargas (TRC) no Brasil. Com a expectativa de uma supersafra histórica de grãos, especialmente soja, milho e algodão, o setor logístico se prepara para lidar com um aumento significativo no volume de fretes, particularmente nas regiões Centro-Oeste e Sul, que concentram a maior parte da produção agrícola do país.
O crescimento da produção, embora seja um bom indicador para a economia, traz consigo pressão sobre a infraestrutura logística. Rodovias saturadas, pontos críticos em terminais de carga e capacidade limitada em armazéns são problemas recorrentes durante o período da colheita. Como consequência, o frete sofre reajustes devido à escassez de veículos e motoristas disponíveis, exigindo que transportadoras façam um planejamento estratégico minucioso para garantir eficiência operacional.
Além do aumento do volume transportado, o cenário impacta diretamente os custos operacionais. O preço do diesel, os pedágios e o desgaste da frota aumentam as despesas, o que pode reduzir a margem de lucro das transportadoras que não conseguem repassar esses custos aos embarcadores. Empresas menores, com frotas limitadas, sentem ainda mais o impacto, enfrentando desafios para manter competitividade em um mercado pressionado pela alta demanda.
A integração multimodal surge como alternativa para aliviar parte da pressão sobre o transporte rodoviário. O uso combinado de ferrovias e hidrovias permite transportar grandes volumes com menor custo e menor desgaste da frota. No entanto, limitações de infraestrutura e a falta de integração eficiente ainda impedem que esta solução seja adotada em larga escala.
Para enfrentar o impacto da supersafra, muitas transportadoras estão investindo em tecnologia de gestão de frota e roteirização inteligente. Sistemas de monitoramento em tempo real, manutenção preventiva e otimização de rotas permitem reduzir viagens vazias, aumentar a produtividade e melhorar o tempo de entrega. Além disso, a antecipação de contratos e a negociação com embarcadores se tornam estratégias essenciais para evitar gargalos e garantir previsibilidade de receita.
O cenário de 2025, e já de olho em 2026, reforça a importância do TRC como elo estratégico do agronegócio brasileiro. Transportadoras que conseguirem aliar planejamento, tecnologia e gestão de custos estarão mais preparadas para atender à demanda crescente e superar os desafios de infraestrutura, garantindo eficiência, competitividade e sustentabilidade financeira.



