Com o crescimento do e-commerce e o aumento da demanda por entregas rápidas, os grandes centros urbanos enfrentam desafios cada vez maiores em relação à mobilidade, congestionamentos e impacto ambiental. Nesse cenário, os microhubs logísticos surgem como uma alternativa estratégica para otimizar o last mile – a última etapa da entrega.
Os microhubs são pequenos centros de distribuição localizados próximos aos pontos de entrega final. Ao descentralizar a logística urbana, eles permitem o reabastecimento de frotas menores, como bicicletas elétricas, patinetes ou veículos de pequeno porte, reduzindo o tráfego e as emissões de poluentes. Essa operação mais próxima do consumidor final agiliza o tempo de entrega e melhora a experiência do cliente.
Em cidades como São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, algumas empresas já vêm testando esse modelo com resultados promissores. Marketplaces, operadoras logísticas e startups têm investido em espaços urbanos estratégicos, como estacionamentos desativados ou contêineres adaptados, para servir como base de distribuição.
Além dos benefícios operacionais, os microhubs também promovem maior flexibilidade nas rotas, reduzem custos com devoluções e aumentam a taxa de sucesso nas entregas. Outro ponto positivo é o incentivo à mobilidade sustentável, uma vez que facilitam o uso de veículos elétricos ou modais não motorizados.
No entanto, a implantação dessa estrutura enfrenta obstáculos. A principal barreira está na regulamentação urbana, pois muitas cidades ainda não possuem legislação adequada para permitir esse tipo de instalação. Além disso, o custo do aluguel em áreas centrais e a dificuldade em encontrar espaços disponíveis são desafios consideráveis.
Outro ponto a ser considerado é a necessidade de integração tecnológica. Para que os microhubs sejam eficientes, é fundamental contar com sistemas de gestão em tempo real, roteirização inteligente e sincronização com os sistemas dos parceiros logísticos. A falta dessa integração pode comprometer a eficiência da operação.
Mesmo com os desafios, os microhubs se mostram como uma tendência irreversível nas grandes metrópoles. A combinação de agilidade, sustentabilidade e redução de custos operacionais faz deles uma solução atrativa para enfrentar os gargalos da logística urbana. Com o apoio do setor público e investimentos em tecnologia, os microhubs podem, sim, se tornar uma peça-chave na revolução do last mile.