A chegada da tecnologia 5G ao Brasil está promovendo uma verdadeira revolução no setor de transporte e logística. Com velocidades de conexão até 100 vezes maiores do que o 4G e latência reduzida para níveis inferiores a 1 milissegundo, o 5G viabiliza soluções que antes eram limitadas por infraestrutura de rede. E, diferentemente de outras inovações que ainda estão em fase experimental, já existem aplicações concretas e operacionais em empresas do setor.
Um dos principais avanços é a logística em tempo real, cada vez mais impulsionada por dispositivos conectados (IoT), sensores embarcados em frotas, rastreamento por GPS aprimorado e plataformas de gestão que operam com atualização instantânea. O 5G possibilita a coleta e transmissão contínua de dados, permitindo uma visibilidade completa da cadeia logística — do armazém ao cliente final.
Empresas de transporte já utilizam o 5G para monitorar frotas em tempo real, com alertas automáticos sobre desvios de rota, consumo excessivo de combustível, falhas mecânicas e até comportamento do motorista. Isso reduz custos operacionais, aumenta a segurança e melhora a tomada de decisão, inclusive para operações de última milha.
Na logística portuária e aeroportuária, há projetos-piloto com redes privadas 5G que garantem conectividade ultraconfiável entre equipamentos, guindastes autônomos e sistemas de controle de carga. O Porto de Santos, por exemplo, já conduz testes nesse sentido, com foco em aumentar a eficiência da movimentação de contêineres.
Outro impacto significativo está no armazenamento e distribuição. Com o 5G, é possível usar veículos autônomos dentro de centros logísticos e integrar esses sistemas a softwares de WMS (Warehouse Management System), reduzindo o tempo de picking e otimizando o estoque em tempo real.
Apesar dos avanços, o 5G ainda enfrenta desafios de infraestrutura e cobertura nacional. No entanto, as grandes operadoras já trabalham em planos de expansão e, nos próximos anos, espera-se que os benefícios se tornem mais acessíveis para transportadoras de médio porte.
O que antes parecia futuro distante, agora se consolida como uma nova realidade operacional — e empresas que adotarem o 5G desde já terão vantagem competitiva decisiva na logística 4.0.