O roubo de cargas voltou a acender o alerta no transporte rodoviário brasileiro. De acordo com dados recentes divulgados por entidades do setor, o número de ocorrências registradas no primeiro semestre de 2025 cresceu de forma preocupante, especialmente em estados que concentram o maior volume de transporte de mercadorias, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essa criminalidade impacta diretamente o custo logístico, eleva os preços de seguros e pressiona transportadoras e embarcadores a adotarem medidas de segurança cada vez mais sofisticadas.
Entre os principais alvos dos criminosos, estão cargas de alto valor agregado e fácil revenda no mercado paralelo, como eletrônicos, medicamentos, alimentos, bebidas e produtos de higiene. Os roubos costumam ocorrer em áreas urbanas, proximidades de grandes centros e em trechos de rodovias conhecidos pela falta de policiamento. O modus operandi inclui desde assaltos armados a caminhões em movimento até interceptações em pontos de parada, muitas vezes com apoio de informações privilegiadas sobre a rota e o conteúdo da carga.
Medidas preventivas cada vez mais necessárias
Para conter essa escalada, transportadoras têm investido em tecnologia e treinamento. Sistemas de rastreamento em tempo real, bloqueadores de ignição, câmeras de vídeo embarcadas (videotelemetria) e sensores de abertura de portas têm se mostrado aliados importantes. Além disso, o planejamento de rotas seguras, com monitoramento constante e comunicação ativa entre motoristas e centrais de controle, ajuda a reduzir a vulnerabilidade.
O treinamento de motoristas também é peça-chave. Instruções sobre como reagir (ou não) em situações de abordagem, evitar paradas não programadas e seguir protocolos de segurança são fundamentais para preservar vidas e minimizar prejuízos.
Impacto no setor e importância da integração
O aumento dos roubos impacta toda a cadeia logística. Seguradoras elevam prêmios e restrições, embarcadores exigem mais garantias, e transportadoras precisam arcar com custos extras de segurança. Por isso, especialistas defendem uma ação integrada entre empresas, órgãos de segurança pública e entidades representativas do setor. O compartilhamento de informações sobre ocorrências e áreas de risco pode contribuir para antecipar e evitar ataques.
Mais do que uma questão econômica, combater o roubo de cargas é também uma pauta de segurança pública e de competitividade do transporte rodoviário brasileiro. Sem um ambiente seguro, toda a cadeia sofre: motoristas, empresas e consumidores finais.